Desafio Literário 2012: O clube dos anjos - Gula
Ótima idéia, narração ruim, desfecho pior ainda.
Aqui estamos com a primeira resenha para o Desafio de 2012. O tema de janeiro é literatura gastronômica, um que eu achei muito interessante e criativo. Afinal, degustar uma comida bem feita não seria uma das melhores coisas da vida? Eu fico triste vendo tanta gente desperdiçando alimentos quando há outras precisando desesperadamente. Enfim, vamos logo para a resenha.
Sou grande fã de Luís Fernando Veríssimo, é meu cronista favorito. Porém, não é por causa disso que eu não vou dizer que não achei esse livro ruim. Que chato ter uma decepção assim logo no começo do ano!
Este volume da coleção Plenos Pecados é dedicado à gula e conta o desfecho trágico do Clube do Picadinho. Formado por dez homens, o grupo se reunia de tempos em tempos por uma noite para dedicá-la ao prazer da gastronomia. Era um clube bem sucedido e muito popular, até que um dos membros morreu e quase levou a irmandade junto. Quando um homem se oferece para cozinhar para eles, sua maravilhosa comida fez todos pensarem que o grupo teria chances de voltar, porém perceberam que isso foi o que realmente selou o fim não só das reuniões, mas deles mesmos.
O enredo principal me interessou muito, assim como a forma de contá-lo. Veríssimo acertou em escrever a história já contando o final. Essa foi a única coisa que me prendeu desde o começo, saber as razões da conseqüência. A narração, feita pelo membro Daniel, é bem chata, assim como o próprio. Além disso, não conseguia prender minha atenção, tanto que eu demorei quase uma semana para ler esse livro, que eu poderia ter terminado em uma tarde. Não consegui sentir nada por nenhum dos personagens, a não ser raiva pela idiotice que eles estavam praticando – pelo menos os que sabiam que iriam morrer pela boca.
É o seguinte: se eu soubesse que uma comida oferecida a mim estava envenenada, por mais que eu gostasse do prato, eu não comeria. Eu a jogava na cara do cozinheiro e sairia correndo. Os personagens faziam o contrário, e faziam com prazer. Segundo eles, ficava melhor ainda sabendo que tinha esse risco de morrer. Entendo que o autor queria mostrar justamente isso, como os humanos podem ser tão idiotas quando o assunto tem a ver com comida. Mas eu não consegui me emocionar, não consegui me identificar com essas ações dos personagens.
Além disso, o desfecho, a razão para isso tudo, que se tornou na única coisa que eu queria saber dessa leitura, foi muito idiota. Imprevisível sim, mas decepcionante demais. Tive vontade de jogar o livro pela janela, fiquei com raiva mesmo. Veríssimo poderia ter escrito essa mesma história de um jeito MUITO melhor, poderia ter sido excelente.
“O homem é o único animal que sempre quer mais do que precisa. O homem é o homem porque quer mais.” O clube dos anjos - Gula; página 99
AH! Blasfêmia! eu adoro o clube dos anjos exatamente pelo nonsense!
ResponderExcluirAh, Neirberto, mas o nonsense poderia ter pelo menos sido melhor construído...
ResponderExcluirMesmo, Lizzie? Bem, o livro está na minha lista de leituras para janeiro também. E vou te dizer que o fato de você não ter gostado atiçou ainda mais minha curiosidade... Gosto quando leio opiniões opostas de uma mesma obra! Me faz querer lê-la para tirar minhas próprias conclusões...
ResponderExcluirEspero que tenha mais sorte nos próximos!
Bjs, Lari!
Menina!!! isso e' que e' arrasar na primeira linha!!! Ja' gostei da sua resenha de cara!!! Uma pena nao ter gostado, acontece .... Fevereiro ta' chegando ....
ResponderExcluirOi, Larissa e Larissa, fico feliz por terem gostado da resenha! Acho ótimo qdo consigo deixar alguém curioso, com vontade de ler, ou ver...enfim, é impossivel ter sempre leituras boas. Obrigada e beijos!
ResponderExcluirahah, acabei de ler como água para chocolate, que não gostei, e o próximo é Gula, kkkk, acho que esse mês gastronômico vai ser um fiasco :D
ResponderExcluirDe qualquer forma, foi uma boa resenha, uma leitura muito fluida. parabéns.
Oi Lizzie!
ResponderExcluirEu também li esse livro para o desafio literário e adorei rs. Gostei bastante da sua resenha, muito bem fundamentada, mas acho que no caso dos caras que sabiam que a comida era envenenada e ainda assim comiam, penso que isso se devia ao fato de que todos eles tinham vidas entediantes e queriam correr riscos, como uma espécie de roleta-russa culinária. Talvez eles pensassem que poderiam sobreviver, quem sabe?
Parabéns pela resenha!
Beijos!
Eu gosto do livro também. É um dos livros onde a ironia verissiana aparece tão latente. E, considero isso, bem divertido. Mas, respeito e acho válido o seu desgostar. É assim mesmo. Quando não bate, não bate. Bjs
ResponderExcluirOi Ruthela! Não, dava para ver que eles comiam e sabiam que não sobreviveriam. E eu vi que Veríssimo estava tentando dar esse ar de roleta russa, mas o problema maior é que não conseguiu me convencer, por isso não pude sofrer com os personagens.
ResponderExcluirE Vivi, realmente gosto literário é algo pessoal demais. Pode ser excelente, mas quando não bate, não bate mesmo.
engraçado, parece que eu fui a única que não gostei desse livro!
Beijos para as duas ^^
Procurei esse livro pra ler, mas não encontrei!
ResponderExcluirSe você quiser, estou trocando-o no Skoob :) dá uma olhada lá no meu perfil.
ExcluirEu li esse livro alguns anos atrás e estou no clube dos que a adora o nonsense do livro! Pra falar a verdade, dos Veríssimos (filho) que li, esse é um dos melhores.
ResponderExcluirMas gosto é gosto, né. :)